Monday, April 18, 2005
Lu
Roger Souza
The teacher, again
Passagem de som
Preparativos
Um felino em Santa!
Começou uma movimentação estranha em minha casa
Pensei que era mais uma das viagens dela...
Todos chegavam, choravam e também sorriam....
Algo bom e ruim?
Nossas coisas aos poucos foram saindo de casa...
Por fim, ficamos somente nós dois...
Ela numa manhã fria me deu danoninho, estranhei muito esta atitude;
Logo depois entendi me enfiou, muito contra minha vontade, numa gaiola escura;
E fomos andando de carro, andamos muito, comecei a deixar claro que não estava bem;
Ela então me tirou da gaiola eu pensei imediatamente em fazer um escândalo;
Quando olhei pra ela, desarmei, ela me quis parte dos planos dela...
Vou incluir ela também nos meus.
Só o verdadeiro amor é inclusivo...
Estou aqui, só por amor, um sentimento que nos deixa assim vulnerável, tonto e feliz;
Mesmo um felino fica assim quando ama...
..... E o mais lindo de todos os felinos;
Deixou o frio que é chique, aconchegante, inebriante, sonolento e agradável;
Pra estar aqui nesse calor que é quente, brega, pobre, sem sono e insuportável;
Estou com as minhas patas gigantescas nessa areia que teima em se apegar a mim;
Morando e tentando gostar de SANTA CATARINA.
(falando em nome do Sol, B. Camboriu, junho de 2004)
Crônica de Helenisa Kuze
Pensei que era mais uma das viagens dela...
Todos chegavam, choravam e também sorriam....
Algo bom e ruim?
Nossas coisas aos poucos foram saindo de casa...
Por fim, ficamos somente nós dois...
Ela numa manhã fria me deu danoninho, estranhei muito esta atitude;
Logo depois entendi me enfiou, muito contra minha vontade, numa gaiola escura;
E fomos andando de carro, andamos muito, comecei a deixar claro que não estava bem;
Ela então me tirou da gaiola eu pensei imediatamente em fazer um escândalo;
Quando olhei pra ela, desarmei, ela me quis parte dos planos dela...
Vou incluir ela também nos meus.
Só o verdadeiro amor é inclusivo...
Estou aqui, só por amor, um sentimento que nos deixa assim vulnerável, tonto e feliz;
Mesmo um felino fica assim quando ama...
..... E o mais lindo de todos os felinos;
Deixou o frio que é chique, aconchegante, inebriante, sonolento e agradável;
Pra estar aqui nesse calor que é quente, brega, pobre, sem sono e insuportável;
Estou com as minhas patas gigantescas nessa areia que teima em se apegar a mim;
Morando e tentando gostar de SANTA CATARINA.
(falando em nome do Sol, B. Camboriu, junho de 2004)
Crônica de Helenisa Kuze
O olho do presidente
O Olho do Presidente!
- Grande não é moço!
- É sim senhora!
- O senhor já entrou lá?
- Já.
- Viu o presidente?
- Claro que não.
- É ele sempre tá muito ocupado.
- E como deve estar, minha senhora.
- Mas um dia eu e o meu João vamos conseguir entrar lá e falar com ele.
- Porque acha que ele falaria com a senhora?
- Porque confiei nele.
- É, e deu no que deu, juros altíssimos, desemprego, os bancos faturando milhões, o fracasso do fome zero, cabide de empregos, despreparo, aquelas tolices ditas em discursos de beira de palanque, e voracidade dos impostos que achatam os ganhos das empresas e o salário da classe média, despesas e mais despesas até avião comprou.
- Mas moço se ele ver o meu ...
- Acha que um dia verá, minha senhora?
- Vai ver, que ele não tem mais como trabalhar, a perna esmagou, e ele não tinha carteira assinada, não temos como provar que não tem mais a perna.
- Nossa sinto muito. Mas o que o presidente tem a ver com isso?
- Se o presidente ver ele, aí sim vai acreditar que ele não tem perna e vai aposentar. Nossa vida vai melhorar muito, com esse dinheiro vou poder comprar leite e até biscoito pros meninos.
- Quanto à senhora ganha, catando essas latinhas?
- Chego a ganhar $150,00 por mês, mas são cinco bocas moço, eu meu João minha filha e os dois meninos dela.
- E com esse valor a senhora consegue sustentar todo mundo.
- Mas não sobra nada, nada...
- Acredito. Vamos fazer uma coisa, vou dar um adiantamento da aposentadoria dele, até que o presidente enxergue-o.
- Mas moço, logo ele aposenta e tudo vai melhorar.
- Mas enquanto o presidente não tem tempo pra vê-lo vou lhe dar uma quantia todo mês e a senhora pode comprar o biscoito o leite e alguma coisa mais que tenho certeza à senhora saberá escolher.
- Obrigado moço. Viu como foi bom confiar nele, tudo está dando certo pra nós. O senhor está fazendo isso porque também sabe que assim que ele ver o meu João ele vai aposentar!
- Se lhe fosse permitido “ver”...
( O Olho do Presidente, B. Camboriu agosto/2005)
Crônica de Helenisa Kuze
- Grande não é moço!
- É sim senhora!
- O senhor já entrou lá?
- Já.
- Viu o presidente?
- Claro que não.
- É ele sempre tá muito ocupado.
- E como deve estar, minha senhora.
- Mas um dia eu e o meu João vamos conseguir entrar lá e falar com ele.
- Porque acha que ele falaria com a senhora?
- Porque confiei nele.
- É, e deu no que deu, juros altíssimos, desemprego, os bancos faturando milhões, o fracasso do fome zero, cabide de empregos, despreparo, aquelas tolices ditas em discursos de beira de palanque, e voracidade dos impostos que achatam os ganhos das empresas e o salário da classe média, despesas e mais despesas até avião comprou.
- Mas moço se ele ver o meu ...
- Acha que um dia verá, minha senhora?
- Vai ver, que ele não tem mais como trabalhar, a perna esmagou, e ele não tinha carteira assinada, não temos como provar que não tem mais a perna.
- Nossa sinto muito. Mas o que o presidente tem a ver com isso?
- Se o presidente ver ele, aí sim vai acreditar que ele não tem perna e vai aposentar. Nossa vida vai melhorar muito, com esse dinheiro vou poder comprar leite e até biscoito pros meninos.
- Quanto à senhora ganha, catando essas latinhas?
- Chego a ganhar $150,00 por mês, mas são cinco bocas moço, eu meu João minha filha e os dois meninos dela.
- E com esse valor a senhora consegue sustentar todo mundo.
- Mas não sobra nada, nada...
- Acredito. Vamos fazer uma coisa, vou dar um adiantamento da aposentadoria dele, até que o presidente enxergue-o.
- Mas moço, logo ele aposenta e tudo vai melhorar.
- Mas enquanto o presidente não tem tempo pra vê-lo vou lhe dar uma quantia todo mês e a senhora pode comprar o biscoito o leite e alguma coisa mais que tenho certeza à senhora saberá escolher.
- Obrigado moço. Viu como foi bom confiar nele, tudo está dando certo pra nós. O senhor está fazendo isso porque também sabe que assim que ele ver o meu João ele vai aposentar!
- Se lhe fosse permitido “ver”...
( O Olho do Presidente, B. Camboriu agosto/2005)
Crônica de Helenisa Kuze
Banda Dom Quixote
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